Exibir código-fonte para Nilo Peçanha

{{Ver desambig|prefixo=Se procura|outros significados de Nilo Peçanha|Nilo Peçanha (desambiguação)}}
{{Info/Político
| nome = Nilo Peçanha
| imagem = Nilo Peçanha 02.jpg
| imagem-tamanho = 230px
| legenda = 
| título = [[Lista de presidentes do Brasil|7.º]] [[Presidente do Brasil]]
| mandato = {{dtlink |14|6|1909}}<br />a {{dtlink |15|11|1910}}
| vice-presidente = ''Nenhum''
| antes = [[Afonso Pena]]
| depois = [[Hermes da Fonseca]]
| título2 = [[Lista de vice-presidentes do Brasil|5.º]] [[Vice-presidente do Brasil]]
| mandato2 = {{dtlink |15|11|1906}}<br />a {{dtlink |14|6|1909}}
| antes2 = [[Afonso Pena]]
| depois2 = [[Venceslau Brás]]
| título3 = [[Senado Federal do Brasil|Senador]] pelo [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]
| mandato3 = {{dtlink |3|5|1921}}<br />a {{dtlink |31|3|1924}}
| mandato4 = {{dtlink |3|5|1913}}<br />a {{dtlink |31|12|1914}}
| mandato5 = {{dtlink |3|5|1903}}<br />a {{dtlink |31|12|1903}}
| título6 = [[Lista de governadores do Rio de Janeiro|13.º Presidente do Rio de Janeiro]]
| mandato6 = {{dtlink |31|12|1914}}<br />a {{dtlink |7|5|1917}}
| antes6 = [[Francisco Chaves de Oliveira Botelho|Oliveira Botelho]]
| depois6 = [[Francisco Xavier da Silva Guimarães|Francisco Guimarães]]
| título7 = [[Lista de governadores do Rio de Janeiro|9.º Presidente do Rio de Janeiro]]
| mandato7 = {{dtlink |31|12|1903}}<br />a {{dtlink |1|11|1906}}
| antes7 = [[Quintino Bocaiuva]]
| depois7 = [[Francisco Chaves de Oliveira Botelho|Oliveira Botelho]]
| título8 = [[Câmara dos Deputados do Brasil|Deputado Federal]] pelo [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]
| mandato8 = {{dtlink |15|11|1890}}<br />a {{dtlink |31|12|1902}}
| nascimento_data = {{dni|2|10|1867|lang= br|si}}
| nascimento_local = [[Campos dos Goytacazes]],<br/> [[Província do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]]
| morte_data = {{nowrap|{{morte |31|3|1924|2|10|1867}}}}
| morte_local = [[Rio de Janeiro (cidade) |Rio de Janeiro]], [[Distrito Federal do Brasil (1891-1960)|Distrito Federal]]
| nome_comp = Nilo Procópio Peçanha
| partido = [[Partido Republicano Fluminense|Republicano Fluminense]]
| alma_mater = [[Faculdade de Direito do Recife]]
| cônjuge = [[Anita Peçanha|Ana de Sousa]] {{Pequeno|(1895–1924)}}
| filhos = Nilo, Zulma e Mário
| profissão = [[Advogado]]
| assinatura = Assinatura de Nilo Peçanha.jpg
}}
[[File:Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891.pdf|page=33|thumb|[[Constituição brasileira de 1891]], página da assinatura de Nilo Peçanha (décima oitava assinatura). Acervo [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional]]]]

'''Nilo Procópio Peçanha''' <small>[[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|GCSE]]</small> ([[Campos dos Goytacazes]], [[2 de outubro]] de [[1867]] – [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[31 de março]] de [[1924]]) foi um [[político]] [[brasil]]eiro. Assumiu a Presidência da República após o falecimento de [[Afonso Pena]], em [[14 de junho]] de [[1909]]<ref name="UOL - Educação"/> e governou até [[15 de novembro]] de [[1910]].<ref name=":2">{{Citar livro|título = The Tribute of Blood: Army, Honor, Race, and Nation in Brazil, 1864–1945 | língua = en | titulotrad= O tributo de sangue: exército, raça e nação no Brasil, 1864–1945 |url = https://books.google.com./books?id=9Yv38N0-CqMC |editora = Duke University Press| data = 2001-09-26 |isbn = 0-82232743-0 |nome = Peter M.|sobrenome = Beattie}}.</ref><ref name= ":3">{{Citar periódico |titulo = Review |url = http://www.jstor.org/stable/2511892|jornal = The Hispanic American Historical Review |data = 1964-08-01 |paginas = 437-439|volume = 44|numero = 3|doi = 10.2307/2511892|primeiro = Donald W.|ultimo = Giffin}}</ref><ref>{{citar web|URL = http://unesdoc.unesco.org/images/0007/000735/073516eo.pdf|título = Unesdoc |publicado = Unesco | formato = [[Portable document format |PDF]]}}.</ref><ref name=":4">{{citar web | sobrenome = Correia | prenome = Manuel | formato = PDF | URL = http://www.pe.sebrae.com.br:8080/notitia/dowload/Civilizacao_Acucareira_Manuel_Correia.pdf | título = Civilização açucareira | publicado = Sebrae }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}.</ref><ref name= ":5">{{Citar web|título = Maxwell|URL = http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=11408@1 |obra = Vrac |acessadoem = 2015-10-26}}</ref><ref name= ":0">{{citar web |URL = http://www.ihp.org.br/colecoes/lib_ihp/docs/fjrv20010520t.htm |título = As Grandes Damas do Rio Negro na República Velha |publicado = IHP |acessodata = 2008-08-10 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20090722155208/http://www.ihp.org.br/colecoes/lib_ihp/docs/fjrv20010520t.htm |arquivodata = 2009-07-22 |urlmorta = yes }}.</ref><ref>{{Citar web|título = Storm Magazine|URL = http://www.storm-magazine.com/ | acessadoem = 2015-10-26}}.</ref><ref name="carneiro">{{Citar web |url= http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/13871/1/Cleverson1-def.pdf | sobrenome = Carneiro | prenome = Cleverson Ribas | título = Mendes Fradique e seu método confuso: sátira, boemia e reformismo conservador | tipo = tese de doutorado em Letras | local = Curitiba | editora = Universidade Federal do Paraná | ano = 2008 | página = 148 | acessodata = 3 de setembro de 2008}}.</ref><ref name="paixão">{{Citar web | formato = PDF |url= http://www.iuperj.br/biblioteca/teses/marcelo%20paixao%20tese.pdf | sobrenome =PAIXÂO | prenome = Marcelo Jorge de Paula | título = Crítica da razão culturalista: relações raciais e a construção das desigualdades sociais no Brasil | tipo = tese de doutorado em Sociologia | local = Rio de Janeiro | publicado = Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro | data = abril de 2005 | página = 296 | acessodata = 3 de setembro de 2008}}.</ref><ref>{{Citar web |título = Ninguém quer ser negro|URL = http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina164.htm |obra = Guesa Errante |acessadoem = 2015-10-26}}.</ref><ref>{{citar web|URL = http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n179/n179a06.pdf|título = Diário de Pernambuco|formato = PDF|obra = Scielo|publicado = MCTES|acessodata = 2008-08-09|arquivourl = https://web.archive.org/web/20090930151233/http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n179/n179a06.pdf|arquivodata = 2009-09-30|urlmorta = yes}}</ref><ref>{{Citar web | publicado = Prefeitura de São Paulo | URL = http://www.capital.sp.gov.br/portal/ | título = Portal | acessadoem = 2015-10-26 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20151030040554/http://www.capital.sp.gov.br/portal/ | arquivodata = 2015-10-30 | urlmorta = yes }}.</ref><ref>{{citar web | URL = http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm | título = Fonte 14 | tipo = artigo | sobrenome = Sodré | prenome = Muniz | publicado = Brasileirinho | acessodata = 2008-09-05 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20071224184620/http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm | arquivodata = 2007-12-24 | urlmorta = yes }}.</ref><ref>{{citar web|URL = http://www.fundacaoastrojildo.org.br/index.asp?opcao=mostra_noticia&id=1351 |título = Fundação Astrojildo Pereira}}</ref><ref name=":6">{{Citar web | língua = en | tipo = relatório | título = Human Development | titulotrad = Desenvolvimento humano | formato = PDF |URL = http://hdr.undp.org/en/reports/nationalreports/latinamericathecaribbean/brazil/Brazil_2005_po.pdf |obra = Brazil |acessadoem = 2015-10-26}}.</ref>{{excesso de referências}} Nilo Peçanha é ''patrono da educação profissional e tecnológica'' no Brasil.<ref name=":17">{{Citar web | língua = pt| título = Nilo Peçanha é patrono da educação profissional e tecnológica|URL = https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2011/06/10/nilo-pecanha-e-patrono-da-educacao-profissional-e-tecnologica |publicado= Agência Senado  |data= 10 de junho de 2011|acessodata=14 de maio de 2020}}.</ref>

== Origem e carreira política ==
=== Primeiros anos ===
Nilo Peçanha nasceu em 2 de outubro de 1867 em [[Campos dos Goytacazes]], [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família de agricultores.<ref name= "UOL - Educação">{{citar web | publicado = Folha da manhã |url= http://educacao.uol.com.br/biografias/nilo-procopio-pecanha.jhtm |título= Nilo Procópio Peçanha | tipo = biografia |acessodata=27 de agosto de 2012 | agência = Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República e Almanaque Abril | obra = UOL Educação}}.</ref> Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, [[Campos dos Goytacazes]], até que se mudou para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou à idade escolar.<ref>{{Citar web |url= http://www.presidencia.gov.br/criancas/presidentes_brasil/nilo_pecanha/nilo_pecanha/integradownload_view/ | obra =Presidentes do Brasil | título = Nilo Peçanha | publicado = Presidência da República}}.</ref> Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".<ref name=":0" />

Fez os estudos preliminares em sua cidade, no [[Colégio Pedro II]]. Estudou na [[Faculdade de Direito de São Paulo]] e depois na [[Faculdade de Direito do Recife|Faculdade do Recife]], onde se formou.<ref name="UOL - Educação"/>

Casou-se com [[Anita Peçanha|Ana de Castro Belisário Soares de Sousa]], conhecida como "Anita", descendente de famílias aristocráticas e ricas de Campos dos Goytacazes, neta do Visconde de Santa Rita e bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para se casar com um pobre e mulato, embora político promissor.<ref name=":0" />

Foi descrito como sendo mulato<ref name=":3" /><ref name=":4" /><ref name=":5" /><ref name="paixão"/> e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele.<ref name=":2" /><ref name= ":1">{{Citar livro|título = As trapaças da sorte: ensaios de história política e de história cultural |url = https://books.google.com/books?id=M1OtgE0EGaIC|editora = Editora UFMG|ano = 2004|isbn = 978-85-7041405-2 |nome = Isabel |sobrenome = Lustosa}}.</ref><ref name= "carneiro"/> Durante sua juventude, a elite social de [[Campos dos Goytacazes]] chamava-o de "o [[mestiço]] de Morro do Coco".<ref name=":0" />

=== Carreira na política ===
[[Ficheiro:Nilo Peçanha.jpg|thumb|Nilo Peçanha.]]
Participou das campanhas abolicionista e republicana.  Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em [[1890]]. Em [[1903]] foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], permanecendo no cargo até [[1906]] quando foi eleito vice-presidente de [[Afonso Pena]].  Como presidente do estado do Rio de Janeiro, assinou, em [[26 de fevereiro]] de 1906, o [[Convênio de Taubaté]].<ref>LACOMBE, Lourenço Luiz. Os chefes do Executivo Fluminense. Petrópolis, RJ : Museu Imperial, 1973.</ref>

4 dias após o Convênio de Taubaté, em [[1 de março]] de 1906, foi eleito vice-presidente da república, com 272.529 votos contra apenas 618 votos dados a [[Alfredo Varela]].<ref name= ":7">{{Citar livro |título = O voto no Brasil|url = https://books.google.com/books?id=WU8PAAAAYAAJ|editora = Topbooks|ano = 2002|nome = Walter Costa |sobrenome = Porto}}</ref>

Seus seguidores eram chamados de ''nilistas''.

Foi [[maçom]] e [[Grão-mestre]] do [[Grande Oriente do Brasil]] de [[23 de julho]] de 1917 a [[24 de setembro]] de 1919, quando renunciou ao cargo.

Em 1921, quando concorreu à presidência da República como candidato de oposição, a imprensa publicou cartas atribuídas falsamente ao candidato governista, [[Artur Bernardes]], que causaram uma crise política, pois insultavam o ex-presidente Marechal [[Hermes da Fonseca]],<ref>{{Citation | url = http://portalimprensa.com.br/colunistas/colunas/2008/10/06/imprensa301.shtml | title = Cartas falsas no jornal para influenciar as eleições | obra = Portal Imprensa | accessodata = 7 de julho de 2015 | data = 2008-10-6}}.</ref> representante dos militares, e também Nilo Peçanha, que era xingado de [[mulato]]. [[Gilberto Freyre]], escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que ''"o nosso estilo de jogar (…) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política"''.<ref name= "freyre">{{Citation | last = FREYRE | first = Gilberto | title = Foot-ball mulato | newspaper = Diário de Pernambuco | data = 17-6-1938}} ''apud'' {{Citation | url = http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n179/n179a06.pdf | last = MARANHÂO | prenome = Tiago | publisher = MCTES | format = PDF | title = Apolíneos e dionisíacos — o papel do futebol no pensamento de Gilberto Freyre a respeito do «povo brasileiro | journal = Análise Social | volume = XLI | issue = 179 | year = 2006 | page = 441 | accessdate = 3 de setembro de 2008 | archiveurl = https://web.archive.org/web/20090930151233/http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n179/n179a06.pdf }}.</ref>

==Controvérsia racial==
Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura.<ref name=":1" /><ref name = SP>{{Citar web |título = Portal |publicado = Prefeitura de São Paulo |URL = http://www.capital.sp.gov.br/portal/ |acessadoem = 2015-10-26 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20151030040554/http://www.capital.sp.gov.br/portal/ |arquivodata = 2015-10-30 |urlmorta = yes }}</ref><ref name="sodré">{{Citation | title = Muniz Sodré, jornalista, escritor e professor da [[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] (UFRJ) | url = http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm | work = Fabio Gomes. Muniz Sodré e a Cultura do Sentir | publisher = Brasileirinho, a sua página de Música Brasileira | accessdate = 3 de setembro de 2008 | archiveurl = https://web.archive.org/web/20071224184620/http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm }}.</ref> [[Alberto da Costa e Silva]] afirma que Nilo Peçanha foi um dos quatro presidentes brasileiros que esconderam os seus ancestrais africanos, sendo os outros [[Campos Sales]], [[Rodrigues Alves]] e [[Washington Luís]].<ref name= "alberto">{{Citation | first = Alberto | last = da Costa e Silva | type = entrevista | newspaper = Zero Hora | title = Caderno Cultura | date = 14 de julho de 2007 | url = http://www.fundacaoastrojildo.org.br/index.asp?opcao=mostra_noticia&id=1351 | publisher = Fundação Astrojilgo Pereira | acessdate = 3 de setembro de 2008}}.</ref> Já o presidente [[Fernando Henrique Cardoso]], apesar de se considerar da etnia branca, confirmou ter entre seus ancestrais uma [[escrava]].<ref>{{Citar web|titulo=Genealogista comprova origem negra de FHC|url=https://www.folhadelondrina.com.br/politica/genealogista-comprova-origem-negra-de-fhc-157105.html|obra=Agência Globo|acessodata=2020-06-09|lingua=pt|primeiro=|ultimo=|data=22 de maio de 1999|publicado=Folha de Londrina}}</ref>

[[Abdias Nascimento]] afirma que, apesar de sua ''tez escura'', Nilo Peçanha escondeu suas origens africanas e que seus descendentes e família sempre negaram que ele fosse mulato.<ref name=":6" />

A biografia oficial escrita por um parente, Celso Peçanha,<ref name="neto">{{citar web |url=http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina164.htm|título=A nova aurora; outro, de Nascimento Moraes (1882-1958), Vencidos e degenerados, publicado em 1915| obra = |publicado=Portal Guesa Errante|data=2004|acessodata = 12 de outubro de 2018}}</ref> nada menciona sobre suas origens raciais, mas uma outra biografia posterior o faz.<ref name=":3" /> Portanto, alguns pesquisadores expressam dúvidas sobre se Nilo Peçanha era ou não mulato.<ref name="metraux">{{citar web |url=http://unesdoc.unesco.org/images/0007/000735/073516eo.pdf|título=Courier| obra = |publicado=UNESCO|data=1951|acessodata = 12 de outubro de 2018}}</ref> Em qualquer caso, suas origens foram muito humildes: ele mesmo contava ter sido criado com "pão dormido e paçoca".<ref name=":0" />

== Presidente da República ==
[[Ficheiro:NiloProcópioPeçanha.jpg|thumb|left|Presidente Peçanha.]]
Com a [[morte]] de [[Afonso Pena]] em [[1909]], assumiu o cargo de [[Presidente do Brasil |presidente]]. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com [[José Gomes Pinheiro Machado |Pinheiro Machado]], líder do [[Partido Republicano Conservador]].

Durante seu governo, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o [[Serviço de Proteção aos Índios]] (SPI, antecessor da [[Funai]]). Durante seu breve período na presidência da República, Nilo Peçanha tomou a iniciativa de criar as ''Escolas de Aprendizes e Artífices'', precursoras dos atuais [[Centros Federais de Educação Tecnológica|Centro Federal de Educação Tecnológica]] (Cefets); por esta razão o ex-presidente  é o patrono da educação profissional e tecnológica no Brasil, através da Lei 12.417/2011, que oficializou a homenagem em 2011.<ref name=":17"/>

Apoiou o candidato [[Hermes da Fonseca]] a sua sucessão em [[1910]], contra [[Rui Barbosa]] e o presidente de São Paulo [[Albuquerque Lins]], candidatos de oposição que fizeram a [[campanha civilista]]. Hermes venceu as eleições e elegeu-se presidente da república em 1º de março de 1910, para governar até 1914. Os conflitos entre as oligarquias estaduais intensificaram-se, sobretudo em [[Minas Gerais]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]].  Minas Gerais apoiou Hermes e São Paulo apoiou Rui Barbosa, lançando seu presidente estadual [[Albuquerque Lins]] à vice presidência na [[Campanha Civilista]].

[[File:Placa de Inauguração da I Reforma Republicana da Quinta - 1910. Foto de Raphael Garcez.jpg|thumb|Placa de Inauguração da I Reforma Republicana da Quinta - 1910. Foto de Raphael Garcez]]

== Vida após a presidência ==
[[Ficheiro:Nilo Peçanha - Selo.jpg|thumb|Selo dos [[Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos|Correios]] com a imagem de Nilo Peçanha.]]
[[File:Carta de renúncia de Nilo Procópio Peçanha.tif|thumb|Carta de renúncia de Nilo Procópio Peçanha ao cargo de Vice-presidente de República que seria apresentada ao Congresso Nacional, em 1907.]]
Ao fim do seu mandato presidencial, retornou ao Senado em [[1912]] e, dois anos depois, novamente elegeu-se presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em [[1917]] para assumir o [[Ministério das Relações Exteriores]]. Em [[1918]] novamente elegeu-se senador federal.

A 14 de junho de 1920 [[Primeira República Portuguesa|Portugal]] o agraciou com a Grã-Cruz da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]].<ref>{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas |publicado=Presidência da República Portuguesa |acessodata= 2016-04-03 |notas=Resultado da busca de "Nilo Pessanha"}}.</ref>

Em [[1921]] candidatou-se à presidência da República pelo ''Movimento Reação Republicana'', que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político à política das oligarquias estaduais. Embora as situações pernambucana, baiana, gaúcha e fluminense, e boa parte dos militares, o apoiassem, [[Artur Bernardes]] o derrotou nas eleições de [[1 de março|1o de março]] de [[1922]]. O presidente da república na época, Epitácio Pessoa, não participou das negociações (''démarches'', no [[galicismo]] corrente à época), sobre sua sucessão presidencial.

Artur Bernardes teve 466 877 votos contra 317 714 votos dados a Nilo Peçanha. Nilo teve apoio apenas dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.<ref name=":7" />

Faleceu em [[1924]], no Rio de Janeiro, afastado da vida política, e foi sepultado no [[Cemitério São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]].

==Homenagens==

O nome do município fluminense [[Nilópolis]], fundado em 1947, na [[Região Metropolitana do Rio de Janeiro |região metropolitana do Rio de Janeiro]] o homenageia. No estado da [[Bahia]] desde 1930 há o [[município]] de [[Nilo Peçanha (Bahia)|Nilo Peçanha]] em homenagem ao ex-presidente.

== Ministros ==
{|class="wikitable"
|rowspan="3"|'''1'''
|rowspan="3" bgcolor=#cccccc|Agricultura, Indústria e Comércio
|[[Antônio Cândido Rodrigues]]
|-
|[[Francisco Sá]]
|-
|[[Rodolfo Nogueira da Rocha Miranda]]
|-
|'''2'''
|bgcolor=#cccccc|Fazenda
|[[José Leopoldo de Bulhões Jardim]]
|-
|rowspan="3"|'''3'''
|rowspan="3" bgcolor=#cccccc|Guerra
|[[Luís Mendes de Morais]]
|-
|[[Carlos Eugênio de Andrade Guimarães]]
|-
|[[José Bernardino Bormann]]
|-
|rowspan="2"|'''4'''
|rowspan="2" bgcolor=#cccccc|Justiça e Negócios Interiores
|[[Augusto Tavares de Lira]]
|-
|[[Esmeraldino Olímpio Torres Bandeira]]
|-
|'''5'''
|bgcolor=#cccccc|Marinha
|[[Alexandrino Faria de Alencar]]
|-
|'''6'''
|bgcolor=#cccccc|Relações Exteriores
|[[José Maria da Silva Paranhos Júnior]]
|-
|rowspan="2"|'''7'''
|rowspan="2" bgcolor=#cccccc|Viação e Obras Públicas
|[[Miguel Calmon du Pin e Almeida (engenheiro)|Miguel Calmon du Pin e Almeida]]
|-
|[[Francisco Sá]]
|}

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
* KOIFMAN, Fábio; Organizador -'' Presidentes do Brasil''; Editora Rio; 2001.
* PEÇANHA, Celso; ''Nilo Peçanha e a Revolução Brasileira''; Editora Civilização Brasileira; 1969.
* PEÇANHA, Nilo, ''Economia e Finanças: Campanha Presidencial (1921-1922)'', Editora Imprensa Nacional, 1922.
* SILVA, Hélio; ''Nilo Peçanha – 7º Presidente do Brasil''; Editora Três; 1983.
* SANTIAGO; Sindulfo, ''Nilo Peçanha, uma Época Política''; Editora Sete; 1962.
* TINOCO, Brígido; ''A Vida de Nilo Peçanha''; Editora Jose Olympio; 1962.

== Ligações externas ==
{{Correlatos
|wikiquote=Nilo Peçanha
|commonscat=Nilo Peçanha
|wikisource=Autor:Nilo Peçanha
}}
* {{Link|pt|2=http://www.presidencia.gov.br/info_historicas/galeria_pres/galnilo/galnilo/integrapresidente_view/ |3=O governo Nilo Peçanha no sítio oficial da Presidência da República do Brasil}}
* {{Link||2=http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u873/000003.html |3=Mensagem ao Congresso do Estado do Rio de Janeiro em 1904}}
* {{Citation | publisher = CRL | work = Brazil | url = http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u874/000003.html | title = Mensagem ao Congresso do Estado do Rio de Janeiro | origyear = 1905}}
* {{Citation | publisher = CRL | work = Brazil | url = http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u875/000003.html | title = Mensagem ao Congresso do Estado do Rio de Janeiro | origyear = 1908}}.
* {{Citation | publisher = CRL | work = Brazil | url = http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1299/ | title =Mensagem ao Congresso Nacional | origyear = 1910}}.

{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de governadores do Rio de Janeiro#Governantes do período republicano (1889–2006)|Presidente do Rio de Janeiro]]
|anos=[[1903]] — [[1906]]
|antes=[[Quintino Bocaiúva]]
|depois=[[Alfredo Augusto Guimarães Backer]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de vice-presidentes do Brasil|5º Vice-presidente do Brasil]]
|anos=[[1906]] — [[1909]]
|antes=[[Afonso Pena]]
|depois=[[Venceslau Brás]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título={{nowrap|[[Ficheiro:Coat of arms of Brazil.svg|30px|Brasil.]]<br>[[Lista de presidentes do Brasil|7º Presidente do Brasil]]}}
|anos=[[1909]] — [[1910]]
|antes=[[Afonso Pena]]
|depois=[[Hermes da Fonseca]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de governadores do Rio de Janeiro#Governantes do período republicano (1889–2006)|Presidente do Rio de Janeiro]]
|anos=[[1914]] — [[1917]]
|antes=[[Francisco Chaves de Oliveira Botelho]]
|depois=[[Francisco Xavier da Silva Guimarães]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de ministros das Relações Exteriores do Brasil|Ministro das Relações Exteriores do Brasil]]
|anos=[[1917]] — [[1918]]
|antes=[[Lauro Müller]]
|depois=[[Domício da Gama]]
}}
{{Termina caixa}}


{{Governadores do Rio de Janeiro}}
{{Vice-presidentes do Brasil}}
{{Gabinete de Afonso Pena}}
{{Presidentes do Brasil}}
{{Gabinete de Nilo Peçanha}}
{{Ministros das Relações Exteriores do Brasil}}
{{Gabinete de Venceslau Brás}}
{{Presidentes do Senado Federal do Brasil}}
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{{Controle de autoridade}}

<ref name="Beattie">[http://books.google.com.br/books?id=9Yv38N0-CqMC&printsec=frontcover&source=gbs_summary_r&cad=0#PPP1,M1 BEATTIE, Peter M. The Tibute of Blood: Army, Honor, Race, and Nation in Brazil, 1864-1945. Duke University Press, 2001. ISBN 0822327430,9780822327431. pp. 7.] (visited September 3, 2008)</ref><ref name="giffin">[http://www.jstor.org/pss/2511892 GIFFIN, Donald W. The Hispanic American Historical Review, Vol. 44, No. 3 (Aug., 1964), pp. 437-439]. Review of TINOCO, Brígido. A vida de Nilo Peçanha. Coleção Documentos Brasileiros, Livraria José Olympio Editora, RJ, 1962. (visited September 3, 2008)</ref><ref name="metraux">[http://unesdoc.unesco.org/images/0007/000735/073516eo.pdf MÉTRAUX, Alfred. Brazil, Land of Harmony for all Races?. UNESCO Courier, Volume IV, no 4, April 1951; pp. 3] (visited September 3, 2008)</ref><ref name="açucareira">[http://www.pe.sebrae.com.br:8080/notitia/dowload/Civilizacao_Acucareira_Manuel_Correia.pdf ANDRADE, Manuel Correia de. 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XLI (179), 2006, pp. 441] {{Wayback|url=http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n179/n179a06.pdf# |date=20090930151233 }} (visited September 3, 2008)</ref>.<ref name="painéis">Dagoberto José Fonseca, anthropology professor of Universidade Estadual Paulista (UNESP) of [[Araraquara]]. In: [http://www2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/cultura/imprensa/0566 Painéis resgatam negros ilustres, 'branqueados' pela história] {{Wayback|url=http://www2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/cultura/imprensa/0566# |date=20070614042402 }} (visited September 3, 2008)</ref><ref>Muniz Sodré, journalist, writer and professor of Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). In: [http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm Fabio Gomes. Muniz Sodré e a Cultura do Sentir. Brasileirinho, a sua página de Música Brasileira] {{Wayback|url=http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/munizsodre.htm# |date=20071224184620 }} (visited September 3, 2008)</ref><ref>Alberto da Costa e Silva. Interview published in Zero Hora; Caderno Cultura; July 14, 2007. Republished in [http://www.fundacaoastrojildo.org.br/index.asp?opcao=mostra_noticia&id=1351 Entrevista: Alberto da Costa e Silva. Fundação Astrojilgo Pereira] (visited September 3, 2008)</ref><ref>NASCIMENTO, Abdias; NASCIMENTO, Elisa Larkin. O negro e o Congresso brasileiro. In: MUNANGA, Kabengele. (Org.) História do negro no Brasil. v.1 Brasília:Fundação Palmares, 2004 ''apud'' [http://www.bdtd.ufpe.br/tedeSimplificado//tde_arquivos/5/TDE-2007-05-28T110827Z-1654/Publico/rod.pdf DUARTE, Rebeca Oliveira. Nos Alicerces do Mundo: O dilema e a dialética na afirmação da identidade negra. Dissertação de Mestrado em Ciência Política. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, agosto de 2006; pág. 25]{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}}, and also ''apud'' [http://hdr.undp.org/en/reports/nationalreports/latinamericathecaribbean/brazil/Brazil_2005_po.pdf Relatório de Desenvolvimento Humano - Racismo, Pobreza e Violência - Brasil 2005. Brasília: PNUD Brasil, pág. 28] (visited September 3, 2008)</ref>

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