Amailton Magno Azevedo

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Amailton Magno Azevedo em "Mundo Atlântico".

Nome completo: Amailton Magno Azevedo

Nascimento:27 de dezembro de 1971 (49 anos), Fartura, SP

Nacionalidade: Brasileira

Ocupação: Professor, músico e escritor

Amailton Magno Azevedo (Fartura, 27 de dezembro de 1971) é um professor, pesquisador e músico afro brasileiro, cujo trabalho contribui para os estudos da cultura afro-brasileira e africana. Escreveu dezenas de artigos relacionados à música e à cultura negra no Brasil, Cuba e Nigéria e livros relacionados à música afro brasileira.

Foi professor de escola pública de 1995 a 2004. Tornou-se professor universitário em 2004 na Faculdade Torriceli de Guarulhos e em 2007 ingressou no quadro de docentes do departamento de História da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), onde se graduou em história. Publicou os livros Sambas e quintais e arranha-céus: as micro-Áfricas em São Paulo (2016), Ritmos negros: música, arte e cultura na diáspora (2020) e Entre Atlânticos: Protagonismo, política e epistemologia (2021). Como músico, é autor do álbum Mundo Atlântico que contém dez faixas.

Biografia

1.1 Infância em Fartura

Amailton Magno Azevedo nasceu em Fartura (SP), filho de Clara Eunice Azevedo e Sérgio de Lima, irmão de Elisângela Ferreira de Lima e Elietilde Ferreira de Lima. Ainda recém-nascido, mudou com a família para Carlópolis (PR), onde passou a infância.[1]

Sua mãe trabalhava como lavadeira de roupa, trabalhadora rural e diarista e seu pai como músico e pintor de parede. Ainda criança, Amailton trabalhou vendendo os salgados e sorvetes que sua mãe fazia, engraxate e ajudando o pai como pintor de parede.[2]

Clara Eunice era protestante, porém matriculou o filho na catequese para fazer a primeira comunhão na Igreja Católica, experiência que sempre ficava em segundo plano quando tinha algum interesse amoroso no meio do caminho.[3]

Quando criança, seu pai o levava para rodas de música e festivais nos arredores de Carlópolis. A influência musical que recebeu durante a infância foi principalmente o sertanejo, em especial Milionário e José Rico, dupla sertaneja muito admirada pelo pai.[4]

Aos sete anos, aprendeu a tocar violão com o pai, que ensinou os sete acordes básicos.[5] Após isso, ampliou sua percepção musical ao estudar de modo auto didata, noções básicas sobre a composição de acordes musicais.

1.2 Adolescência – Ensino Médio

Aos quatorze anos ingressou no Colégio Agrícola de São Manuel por influência de um amigo[6] para cursar o ensino médio, entre 1986 a 1988. A experiência de Amailton como interno foi um pouco traumática, devido à distância da família e por estar cercado de pessoas estranhas e mais velhas. Mas, movido pelo desejo de passar por essa experiência permaneceu os anos do ensino médio no colégio interno.

Como estudante no Colégio Agrícola de São Manuel queria cursar medicina veterinária ou engenharia agrônoma. A decisão de estudar história partiu da influência do professor de história no cursinho, Nilton Nazário, cujas aulas de história do Brasil o marcaram muito, por sua abordagem crítica à Ditadura Militar e que o apresentou ao MPB, gênero musical que influenciou sua carreira como músico.[7]


1.3 Vida pessoal

Em 1998, casou-se com Egle Bartoli com quem teve uma filha, Inaê Bartoli Azevedo. O casal se separou e Amailton se casou com Shirley Silva em 2016, com quem teve o seu segundo filho, Vicente Caetano Silva Azevedo.[8]

Vida Acadêmica

Em 1992, Amailton prestou vestibular para história e passou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)[9] . Na universidade, se engajou no ativismo estudantil e se envolveu com o movimento negro.

O envolvimento com o movimento negro da PUC-SP lhe permitiu refletir sobre o racismo no Brasil e a vulnerabilidade social da população negra décadas depois do fim da escravidão[10] . Esse contato marcou profundamente a sua produção acadêmica, voltada para os estudos culturais africanos e afro brasileiros.

Foi professor de escola pública de 1995 até 2004. Em 1999, levou o grupo de rap Racionais MC´s para participar de uma atividade em sala de aula com os seus alunos[11] . Amailton, inicialmente, estabeleceu contato com o grupo para desenvolver a sua pesquisa de mestrado.[12]

Entre 1998 e 2000, desenvolveu seu mestrado, investigando o rap em São Paulo a partir das músicas do grupo Racionais MC´s. Concluiu que se tratava de uma relevante crítica ao racismo e de valorização da negritude[13].

O início de sua carreira universitária teve início na Faculdade Torricelli de Guarulhos em 2004. No segundo semestre de 2007 ingressou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), primeiro como professor substituto e depois passou a fazer parte do quadro de docentes do departamento de História.[14]

Entre 2002 e 2006, realizou sua pesquisa de doutorado que resultou na tese A memória musical de Geraldo Filme: os sambas e as micro-Áfricas em São Paulo.

Amailton também foi contemplado com bolsa de estudos para desenvolver seu pós-doutorado na Universidade do Texas (Estados Unidos), em 2011, na Universidade de Coimbra (Portugal), em 2015, e na Casa de Las Américas, Havana (Cuba), em 2019. [15]



2.1 Carreira Acadêmica

A pesquisa científica de Amailton está vinculada com a história dos negros brasileiros e contribui para pensar em políticas afirmativas de igualdade racial.

Entre os anos de 2002 e 2006, escreveu sua tese de doutorado Sambas e quintais e arranha-céus: as micro-Áfricas em São Paulo publicada em 2016 em formato de livro pela Editora Olho d´ Água.

Amailton organiza o dossiê temático sobre Stuart Hall para um periódico científico sobre a contribuição e as reflexões do historiador jamaicano sobre as consequências do colonialismo na história contemporânea e sobre os povos colonizados.[16]

Em agosto de 2021 publica pela Alameda Editora o livro Ritmos negros: música, arte e cultura na diáspora que trata da importância da música no universo da cultura afro brasileira e releva como a música negra é o principal meio de afirmação da dignidade humana dos povos negros no mundo

Junto com Acácio Almeida e Fábio Mariano da Silva, Amailton organizou e publicou pela editora Dialética o livro Entre Atlânticos: Protagonismo, política e epistemologia em fevereiro de 2021, que reúne uma série de artigos sobre a musicalidade, religiosidade, saúde e trabalho da população negra no Brasil e no mundo.

Além dos livros, Amailton também tem diversos artigos autorais focados no estudo da cultura afro brasileira.

2.2 Bibliografia

- Sambas e quintais e arranha-céus: as micro-Áfricas em São Paulo (2016)

- Ritmos negros: música, arte e cultura na diáspora (2021)

- Entre Atlânticos: Protagonismo, política e epistemologia (2021)


Carreira musical

A carreira musical de Amailton começou quando estava na faculdade. Tocava em bares e teatros, e fez shows no Teatro da PUC-SP (Tuca), em 2002. Em 1999, concedeu entrevista para o programa Metrópoles da TV Cultura.

Em 2007, gravou o disco Mundo Atlântico como desdobramento de sua pesquisa de doutorado[17] , com influência de ritmos do samba, MPB e reggae.

No ano de 2015, tocou no festival South by SouthWest em Austin (Estados Unidos), no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e em 2011, no Hostel International de Nova York.

No ano de 2015 se apresentou na Casa Capulanas e, em 2021, na Escola SP de teatro.

Amailton nunca deixou de compor e junto com o músico e historiador Salloma Salomão, produz um novo álbum que será lançado no início de 2022[18]. Também será lançado o reggae “Ruas Tortas”, com a produção de Melvin Santhana[19].

3.1 Discografia

Mundo Atlântico (2007)

3.2Influências Musicais

- Bob Marley

- Gilberto Gil

- Djavan

Referências

  1. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  2. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  3. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  4. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  5. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  6. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  7. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  8. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  9. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  10. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  11. Publicação de Amailton em seu Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CVA_QeSFeqE/
  12. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  13. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  14. «Currículo do Sistema de Currículos Lattes (CNPq)» Disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=8D413D64DBA342EE43AD4F6AAC6F299C.buscatextual_66
  15. «Currículo do Sistema de Currículos Lattes (CNPq)» Disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=8D413D64DBA342EE43AD4F6AAC6F299C.buscatextual_66
  16. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  17. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  18. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.
  19. https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/10/amailton-azevedo/Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 14 de outubro de 2021.