Keit lima

De WikiAfro
Revisão de 11h35min de 27 de janeiro de 2022 por Laurabarbugian (discussão | contribs)
Ir para navegação Ir para pesquisar
Keit Lima
Keit Lima
Nome completo Keitchele Lima Da Silva
Nascimento 08 de O primeiro parâmetro é necessário, mas foi fornecido incorretamente! de 1991 (33 anos)Nascidos
Recife, SP, Brasil
Nacionalidade Predefinição:BRAn
Etnia afro-brasileira
Ocupação Predefinição:Hlist

Keitchele Lima Da Silva (Recife, 08 de Abril de 1991) é uma ativista dos Direitos Humanos, mulher, preta, gorda, nordestina e periférica. Vereadora suplente de SP pelo PSOL. Militante da Educafro, Marcha das Mulheres Negras SP, Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas, São Paulo Sem Gordofobia e Mulheres Negras Decidem. Militante na luta racial desde os 13 anos, é formada em administração e está cursando a segunda graduação em direito. Foi a primeira mulher a presidir e coordenar a escola de líderes da Educafro. Co-fundadora do movimento Engaja Negritude. Keit Lima tornou-se um nome conhecido nas eleições municipais de 2020, na qual se candidatou a vereadora com filiação ao PSOL. Ela alcançou a marca de 11.355 votos, para ocupar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, mas não conseguiu se eleger. Hoje ela é Suplente Vereadora pelo partido que acolheu a sua visão política, enraizada na sua origem nordestina e periférica.



Biografia


Keit nasceu em Recife em 1991 e veio com a sua família para São Paulo em busca de acesso à educação, saúde e formas de melhorar de vida, como muitas famílias nordestinas. A principal motivação da mudança de estado foi a busca por melhor saúde pública após sua avó sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Desde os 8 anos de idade, mora na Brasilândia, distrito da zona norte de São Paulo. Usa a expressão "seres políticos" para afirmar que a política está presente em tudo na vida, inclusive no cotidiano do morador das periferias.

Educação


Sua trajetória de ativismo político começou através da educação. Quando ela tinha 13 anos e estava cursando a sétima série na escola EMEF João Amos Comenius, Keit começou a ensinar crianças mais novas que tinham dificuldade no processo de aprendizagem para ler e escrever. Ela acredita que a educação é a forma mais eficiente para diminuir a desigualdade e iniciou esse papel como uma assistente para os professores, ajudando os estudantes de 1° a 4° série que não sabiam ler. Hoje ela está cursando Direito, sua segunda graduação pela Faculdade Zumbi dos Palmares. Seu primeiro curso superior foi Administração de empresas na FGV (Fundação Getúlio Vargas). Entre os movimentos sociais que ela participa estão a Marcha de Mulheres Negras, Educafro, Mulheres Negras Decide e o grupo Mulheres do Brasil. Keit também trabalhou com a Bancada Ativista, um movimento político, fundado em 2016, que atua elegendo ativistas que possuam pautas em comum e com o mandato coletivo, uma forma de exercício de cargo eletivo legislativo, em que o representante se compromete a dividir o poder com um grupo de cidadãos.

Política


Para além da sua visão de políticas públicas e luta por direitos no território da Brasilândia, Keit atua em outras periferias de São Paulo, em parceria com movimentos sociais. Ela atuou dentro da Educafro. É uma instituição que promove a inclusão de negros, em especial e pessoas de baixa renda, nas universidades públicas, prioritariamente, ou em uma universidade particular com bolsa de estudos, com a finalidade de possibilitar empoderamento e mobilidade social para população pobre e afro-brasileira. Essa atividade foi um divisor de águas, para ela ultrapassar as barreiras sociais e geográficas dos territórios periféricos e vivenciar outras formas de fazer política. Ela passou a enxergar a política institucional na rotina. Ela foi a primeira mulher a ser coordenadora da escola de líderes. [1]

A ONG Educafro, junto com o PSOL, acionou o STF a fim de aplicar a cota para negros nas eleições de 2020. Eles tiveram um papel importante na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que determinou que a cota financeira para candidatos negros fosse aplicada ainda nas eleições municipais. 


Durante uma visita na Câmara dos Deputados, em Brasília, ocorreu uma militância. Keit foi em um ônibus cheio, formado em sua maioria por mulheres negras e mais velhas, com pessoas do Brasil todo a fim de reivindicar suas principais pautas políticas. Ao chegarem, tiveram a entrada proibida por três deputados. Nessa situação, três pessoas mais velhas passaram mal do lado de fora da Câmara sob o sol. Eles proibiram que eles entrassem para conversar sobre política pública, sobre uma proposta de reivindicação. Até hoje, quando se lembra desse episódio da sua vida na política, fica revoltada.[2]


Diante dessa situação que revela um momento tenso da sua trajetória política, surgiu a candidatura. Pré-candidata a vereadora por São Paulo, Keit Lima passou por oito programas de formação política.  A ideia de se candidatar foi construída e decidida coletivamente a partir do seu projeto político com os movimentos sociais, construído por diversas mãos. [3]  


Durante sua campanha, Keit se decepcionou ao descobrir que o partido só pretendia colocar cerca de R$ 9.000 em sua campanha. Ela acabou alocada na última das divisões que o PSOL paulistano criou para distribuir o fundo eleitoral entre os candidatos, a faixa D, que é descrita como “básico para as demais candidaturas”. Ela chegou a apresentar um pedido de solicitação de revisão da verba e comentou que o valor oferecido pelo partido à sua candidatura é uma ofensa não só a ela, mas a toda a coletividade de mulheres negras que por várias razões não constroem diretamente o partido, mas constroem movimentos de base. Em comparação, cada um dos dois atuais vereadores paulistanos do partido, Toninho Vespoli e Celso Giannazi, ambos homens brancos, receberão aproximadamente R$ 100 mil.
Keit Lima tornou-se um nome conhecido nas eleições municipais de 2020, na qual se candidatou a vereadora com filiação ao PSOL. Ela alcançou a marca de 11.355 votos, para ocupar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, mas não conseguiu se eleger. Hoje ela é Suplente Vereadora de SP pelo PSOL, ela reivindica uma política representativa, baseada na coletividade, na cooperação, na escuta e na participação popular.
Uma das suas grandes referências de intelectual, de feminismo interseccional, de debate político, de fazer uma nova política, porque é possível uma nova política, comprometida com a população mais vulnerável, é Lélia Gonzalez, uma ativista e intelectual negra; denunciou o racismo e o sexismo como formas de violência que subalternizar as mulheres negras.

Ligações Externas


[1] no Instagram

[2] no Twitter

Referências

  1. VITORIA GUILHERMINA, 29 de março de 2021 https://desenrolaenaomenrola.com.br/series-e-especiais/somos-seres-politicos-conheca-a-trajetoria-politica-de-keit-lima-na-brasilandia Consultado no dia 4 de Novembro de 2021
  2. INSTITUTO PÓLIS, 24 de julho de 2021 https://polis.org.br/noticias/julho-das-pretas-confira-entrevista-com-keit-lima/ Consultado no dia 5 de Novembro de 2021
  3. Day1 | Adriana Barbosa: na escassez, se reinventar https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/day1-adriana-barbosa-na-escassez-se-reinventar/ Consultado no dia 4 de novembro de 2021