Luiza Helena de Bairros

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Predefinição:Info/Político Luiza Helena de Bairros (Porto Alegre, 27 de março de 1953 — Porto Alegre, 12 de julho de 2016) foi uma administradora brasileira. Foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014.[1]

Biografia

Fez sua carreira política na Bahia, onde era radicada. Formada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possuía Mestrado em Ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Sociologia pela Universidade de Michigan.[2]

Participou de projetos do PNUD de combate ao racismo.

Em 1975, formou-se em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especializou-se em 1979 em Planejamento Regional pela Universidade Federal do Ceará, fez mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e concluiu o doutorado em Sociologia pela Michigan State University no ano de 1997.

No início de 1979, participou da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Fortaleza. Impactada pela presença de inúmeros integrantes do Movimento Negro de várias regiões brasileiras, manteve um contato mais próximo com Movimento Negro Unificado (MNU) da Bahia.  Em agosto do mesmo ano, mudou-se para Salvador. A partir de então, iniciou sua militância no Grupo de Mulheres do MNU. Participou ativamente das principais iniciativas do movimento em todo Brasil, sendo eleita, em 1991, como primeira coordenadora nacional do MNU, onde permaneceu até 1994.

Até o início da década de 1990, Luiza esteve envolvida em pesquisas relevantes para o conhecimento e combate do racismo no Brasil e nas Américas, como por exemplo sua participação na coordenação da pesquisa do Projeto “Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos. Uma cooperação entre CRH e a National Conference of Black Political Scientists/NCOBPS”. Além disso, trabalhou como professora na Universidade Católica de Salvador e na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisadora na área de políticas públicas para população afro descendente, sempre trabalhou em prol da redefinição de novos caminhos para as mulheres negras, apresentando e sugerindo propostas em políticas voltadas para a igualdade racial e de gênero.

Entre 2001 e 2003, atuou no programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na preparação e acompanhamento da histórica III Conferência Mundial Contra o Racismo. Em 2001, fez importante pronunciamento em conferência das Nações Unidas, relativa à Declaração e ao Programa de Ação de Durban, realizada em Nova York.

De 2003 a 2005, trabalhou na pré-implementação do Programa de Combate ao Racismo Institucional para os Estados de Pernambuco e da Bahia junto ao Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID). De 2005 a 2007, voltou a ser consultora do PNUD, coordenando o programa de combate ao racismo institucional nas prefeituras do Recife e de Salvador.

Ocupava desde 2008 a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia no governo Jaques Wagner quando foi convidada pela presidente Dilma Rousseff a participar de seu ministério em 2011.[3] Durante sua passagem pelo governo federal, entre 2011 e 2014, foi responsável por criar o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), cujo objetivo era implementar políticas públicas voltadas a proporcionar à população negra igualdade de oportunidades e instâncias de combate à discriminação e à intolerância. Gestão democrática, desconcentração e descentralização foram os princípios básicos do estatuto.

Em sua gestão, ocorreu a efetivação de muitas políticas de ações afirmativas. Uma delas, estabelecida pela Lei n° 12.711/2012, garantiu o acesso ao ensino superior a mais de 150 mil estudantes negros em todo o país por meio das cotas. No campo do trabalho, foi implementada a reserva de vagas em concursos públicos federais e, no segmento cultural, foram lançados editais de apoio a projetos de artistas negras e negros.

Em março de 2016, recebeu o Diploma Bertha Lutz, que premia anualmente mulheres e homens que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil, em qualquer área de atuação. O prêmio é entregue em sessão do Senado exclusivamente convocada para esse fim, durante as atividades do Dia Internacional da Mulher (8 de março). Em 2011, já havia ganhado a medalha Zumbi dos Palmares, emitido pela Câmara Municipal de Salvador, e, em 2013, o título de Cidadã Baiana, concedido pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Organizou vários livros e escreveu diversos artigos sobre racismo, sexismo e o negro no mercado de trabalho. Muitos de seus textos foram publicados pelas revistas Afro-Ásia, Análise & Dados, Caderno CRH, Estudos Feministas, Humanidades, e Força de Trabalho e Emprego, além de livros e periódicos das Nações Unidas no Brasil. Um de seus mais famosos artigos é “Nossos feminismos revisitados”, de 1995.[4]

Morreu em 12 de julho de 2016, vítima de um câncer no pulmão.[1] Em outubro de 2016, foi criado o Coletivo Luiza Bairros, em Salvador, para a construção de uma permanente política de ações afirmativas na UFBA. Predefinição:Começa caixa Predefinição:Caixa de sucessão Predefinição:Termina caixa


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