Nara Couto
Nara Couto Salvador, 04 de julho de 1984, é uma Cantora, compositora, produtora e dançarina brasileira.
Nara começou sua vida artística ainda jovem, no bairro em que nasceu, Curuzu. Seu primeiro contato artístico foi com o bloco afro Ilê Aiyê[1] Seu desenvolvimento técnico foi iniciado no Balé Folclórico da Bahia, em que atuou como bailarina desde 1999, quando tinha 17 anos[2]
Desde então tem trabalhado com vários artistas em destaque no cenário musical, como Gilberto Gil, Margareth Menezes, Mateus Aleluia, Lazzo Matumbi, Ara Ketu, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, entre outros[3]
A multiartista, além de professora de Pilates e de danças africanas, é também atriz, integra a Orquestra Afrosinfônica [4] e lançou dois álbuns entre 2017 e 2021.
Infância
Filha da cabeleireira e dançarina Vera Lúcia, a cantora foi criada em uma casa de dois cômodos, um quarto e uma sala, em uma família matriarcal e de classe média[5]. Formada pela mãe, tia, avó, tia-avó, bisavó e duas irmãs. Além disso, seus tio-avôs eram muito presentes[6].
A mãe de Nara se mudava constantemente devido às propostas de trabalho, mas sempre proveu a renda familiar[7].
Em 1995, aos 11 anos, a cantora se muda para a Suíça com a mãe e as duas irmãs, após Vera receber uma proposta de emprego[8]. A família viveu por três anos na parte italiana do país[9].
Durante o período, Nara e as irmãs frequentaram colégios públicos integrais, aprendendo a falar italiano, além de terem aulas de francês e alemão.[10]. A cantora afirma que sentiu o racismo presente no país, e que, até os 12 anos, saia de casa apenas para estudar[11].
Aos 14 anos, ela retornou ao Brasil, morando no Rio de Janeiro[12]. Com 15 foi para Recife, em Pernambuco, e aos 16 anos foi para Salvador[13]. Na cidade, ela observou as manifestações artísticas do Pelourinho, lugar em que sua mãe tinha um salão de beleza[14].
Carreira
Dança
Nara é bailarina e coreógrafa, com estudos em balé clássico, jazz, dança afro, dança moderna (Graham e Horton) e dança Contemporânea. E tem formação em Pilates, pela Corpore Pilates[15].
Suas inspirações para entrar na carreira artística começaram na infância, com tia e mãe bailarinas[16]. Em 1998, Nara assistiu a apresentação de 10 anos do Balé Folclórico da Bahia, ficando impressionada com uma das performances, tendo ela como influência[17].
Outra importante inspiração foi o bloco afro Ilê Aiyê – que em iorubá significa mundo negro – constituindo o primeiro bloco afro do Brasil.
Cerca de um ano após ter se mudado para Salvador, aos 17, recebeu a indicação da tia para entrar no Balé Folclórico da Bahia[18]. Reconhecido como “melhor companhia de dança folclórica do planeta” pela Associação Mundial de Críticos.
A dançarina começou nas aulas de balé clássico e de dança moderna, abertas ao público, durante a noite. Posteriormente seguiu para a dança afro e se evidenciou no exterior, incluindo os Estados Unidos da América e o continente europeu[19].
No Balé, Nara Couto aprofundou os laços com José Carlos Arandiba, coreógrafo internacionalmente conhecido como Zebrinha, que é professor de balé clássico, de dança moderna, e diretor artístico da companhia[20].
A relação familiar entre Nara e Zebrinha é complexa. Ele é primo de segundo grau da cantora, porém foi criado como irmão de Vera, e é pai adotivo de uma das irmãs de Nara. Apesar da relação sanguínea, ela tem Carlos como seu pai de consideração[21].
Música
Após nove anos como bailarina, e encorajada por figuras importantes de sua vida, como Lazzo Matumbi, Ubiratan Marques [22] (pianista, compositor, arranjador e maestro da orquestra Afrosinfônica) e Angelo Rafael [23](Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra Sinfônica de Itabaiana (SE), da Orquestra de Câmara de Salvador (BA), do Coro Ecumênico da Bahia e do grupo “O Coro Comeu”), começou a atuar como backing vocal[24].
Acompanhou diversos artistas, incluindo Ivete Sangalo e Daniela Mercury, até ingressar na Orquestra Afrosinfônica em 2009, como vocalista mezzo soprano,até o ano de 2018[25].
Em 2014, a multiartista participou do show “Outras Áfricas” [26], sob a direção cênica de Elísio Lopes Jr. [27] – dramaturgo, produtor, escritor e roteirista baiano.
O repertório do show buscava as raízes da música africana, contando com as vozes de Miriam Makeba, Cesária Évora e Sara Tavares, referências para Nara [28]. Além disso, trouxe releituras de composições baianas, como as obras de Roberto Mendes, Capinam, Mateus Aleluia, Carlinhos Brown, Jarbas Bittencourt [29] e Batatinha[30].
Artes cênicas
Começou a atuar no Teatro Bando Olodum, e nele, trabalhou com Lázaro Ramos, amigo de longa data e antigo professor de percussão[31].
Além do Bando, Nara participou da novela da Rede Globo ”Velho Chico”, de 2016, que teve Camila Pitanga como protagonista. No folhetim, Nara teve o papel de mãe de santo[32].
Em 2018, ela participou da novela “Segundo Sol”, no papel de Nara, a secretária de Roberval Santos, personagem do ator Fabrício Boliveira[33].
Entre os anos de 2018 e 2019 ela atuou no espetáculo musical Dona Ivone Lara [34], apresentado no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente, como Clementina de Jesus.
Lançamentos
Em 2017, Nara Couto lançou o seu primeiro single “Linda e preta” [35], música composta por Jarbas Bittencourt, com clipe produzido e dirigido por Elísio Lopes Júnior e Lázaro Ramos. Logo em seguida, o EP “Contipurânia” foi disponibilizado.
No álbum de 2018, ela traz a sabedoria ancestral negra em contrapartida com a contemporaneidade. Com foco na ideia de não poder caminhar para o novo sem o conhecimento e respeito ao que passou [36]. A palavra “Contipurânea” tem associação direta ao “pretuguês”, citado nos trabalhos de Lélia Gonzalez, que se referem ao dialeto detido pelas pessoas pretas [37][38].
O segundo álbum foi disponibilizado no final de 2021, trazendo o single “Retinta”. Composto por Nara em parceria com Ellen Oléria (cantora e compositora brasileira), lançado nas plataformas digitais em 05 de novembro de 2021 [39].
A produção do clipe de “Retinta” foi feita pela Maré, uma empresa de incentivo artístico comandada pela produtora Fernanda Bezerra [40].
A canção que dá título ao álbum foi produzida em novembro de 2020, contudo, o desenvolvimento das outras músicas que compõem o álbum começou em janeiro do mesmo ano[41].
O projeto fala sobre afetividades e saudade. Nas palavras da cantora, é um trabalho regido pela espiritualidade, que conta a história de quem ela é e para qual caminho ela está indo.[42] Entre as inspirações para este trabalho, Nara aborda os títulos de Bell Hooks e Maya Angelou [43][44].
O EP foi produzido em Salvador por Nara e Faustino Beats [45] (músico e produtor baiano), que traz um tom mais eletrônico às composições.[46] As faixas presentes no produto final foram compostas por Nara, e por convidados[47].
Espíritualidade
A música de Nara é marcada pelo tema da fé como o caminho para a verdade. Em sua trajetória, a artista cresceu em uma família multi-religiosa, com parentes da Igreja Pentecostal Deus É Amor, católicos, espíritas, entre outros[48].
Apesar da vivência dentro de terreiros desde muito cedo, ela não era ligada a nenhuma religião até viajar para Togo, país do continente africano, próximo a Gana, para participar de um festival[49].
Iniciada no Candomblé em 2015, afirma que o culto à ancestralidade tem que ser o ponto central na vida de qualquer pessoa, independentemente da religião[50].
Curiosidades
Na mesma época em que Nara cantava na orquestra, ela iniciou o curso de fisioterapia na Faculdade Social da Bahia (FSBA). Simultaneamente ela lecionou aulas de pilates e fez uma formação no mesmo campo. Porém, ela não finalizou os estudos de fisioterapia[51].
Discografia
Singles
Título | Ano | Álbum |
---|---|---|
Linda e preta[52] | 2017 | Contipurânia |
Retinta [53] | 2021 | Retinta |
Álbuns
Álbum | Detalhes |
---|---|
Contipurânia[54] | .Lançamento: 9 de Outubro de 2018(não integral)
.Faixas: Linda e preta; Brilho do mar; Filho do rei; Diplomacia. .Tempo total:19min e 33seg |
Retinta [55] | .Lançamento: 5 de novembro de 2021(não integral)
.Faixas: Retinta. .Tempo total:3min e 35seg |
Ligações externas
Referências
- ↑ https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/08/nara-couto/. Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 11 de novembro de 2021.
- ↑ https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/08/nara-couto/. Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 11 de novembro de 2021.
- ↑ https://www.youtube.com/watch?v=pXcbEoQyF8k&t=114s. Espuma com Montilla, consultado 11 de novembro de 2021
- ↑ https://wikiafro.espm.edu.br/2021/12/08/nara-couto/. Entrevista concedida ao projeto WikiAfro em 11 de novembro de 2021.
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- ↑ https://portalsoteropreta.com.br/soteroperfil-jarbas-bittencourt-uma-ponte-negra-entre-musica-e-o-teatro/. Entrevista de Jarbas Bittencourt ao portal Soteropreta, consultado em 11 de novembro de 2021.
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